Dia da Ação Social em parceria com a Associação Espirita Nosso Lar, localizada no Vergel do Lago, município de Maceió/AL. O evento  fez parte do Programa de Extensão Cesmac Integrado, envolvendo alunos e professores de diferentes cursos da instituição, tendo como público alvo as mulheres da comunidade Sururu de Capote com o tema “Um olhar para o Cuidado da Mulher”, onde foi ofertado a elas e a comunidade, atendimentos de 9h às 13h, através de exames simples, orientações sobre a importância da saúde da mulher, palestras de conscientização, acesso à informação e diversas oficinas sobre temas relavantes.

Estavam presentes  especialistas das áreas de Medicina, Nutrição, Educação Física, Engenharia Civil, de Produção e Elétrica, Jornalismo, Publicidade Propaganda, Biomedicina, Farmácia, Pedagogia, Enfermagem e Odontologia. Entre as atividades ofertadas estavam as ações educativas sobre sífilis, realização do pré-natal com foco no parto normal, conscientização para dar o leite materno, Ginecologista, Cardiologista, Orientação aos cuidados com a Saúde Bucal, orientações sobre o uso de plantas medicinais, como cultar plantas medicinais e oficinas de reaproveitamento de materiais recicláveis, dentre outras.

As áreas de saúde costumam ser as mais procuradas por todos, devido a carência e as dificuldades enfrentadas pela comunidade. Dona Luíza, é moradora da região há anos e só no período da manhã conseguiu passar por dois especialistas diferentes e ainda aguardava por mais um. Ela  relatou um pouco da realidade do bairro e a sua gratidão aos realizadores do evento. “Eu acho importante, porque para onde a gente vai? A gente chega nos postos do SUS e não tem nada, então a gente agradece essas coisas e que vocês venham mais vezes”, concluiu dona Luíza.

A sustentabilidade ambiental e das famílias também estava presente na ação e foi uma das preocupações do curso de Engenharia Civil, que propôs uma oficina voltada para o reaproveitamento de materiais da construção civil, como latas de tinta e sacos de cimento, ensinando a comunidade como reciclar esses materiais de forma útil.

“Eles estão entendendo que o que para eles era lixo, pode ser reutilizado e transformado em algo útil para dentro de casa. Falando em relação a comunidade em um contexto geral, eles são muito carentes e precisam que exista esse apoio vindo das instituições e que possa amenizar a situação de vida deles” disse a professora Tássia.

Além disso, foi entregue alguns materiais informativos e mudas de plantas medicinais para que as mulheres da comunidade possam cultivar estas plnatas em seus quintais como alternativa para o uso no tratamento da saúde. 

As ações de extensão para a disseminação de práticas de educação para os direitos em escolas do Vergel objetiva desenvolver ações e fortalecer às realizadas em parceria com o Ministério Público Comunitário no âmbito da Educação para os Direitos, Mediação de Conflitos e Animação de Redes Solidárias com a finalidade de contribuir para a construção de uma cultura emancipatória da realidade local. O bairro do Vergel do Lago, na cidade de Maceió/Al, está inserido em um cenário de vulnerabilidade, pouca inserção e mobilidade social, onde o poder judiciário encontra-se distante da população e a rede de apoio é fragilizada. Assim, foi proposta uma reflexão interventiva sobre as implicações da violação de direitos e a contribuição que o apoio a redes solidárias, ações e práticas educativas e emancipatórias trazem para a construção de uma sociedade mais democrática e justa, mesmo diante de uma conjuntura regressiva no que diz respeito à viabilização dos direitos humanos.

A execução destas ações durante o ano tem como cenário o bairro do Vergel do Lago, comunidade escolhida para sediar o primeiro núcleo do Programa Ministério Público Comunitário, por sua vulnerabilidade social, expressa pela exclusão social e violência. Com isso, as atividades são desenvolvidas junto à comunidade a partir das ações realizadas pelo Ministério Público Comunitário, que é responsável por conceder informações sobre os grupos estudados, a saber, documentos, cronogramas de reuniões, portarias e outros. Durante a execução do projeto, as assistentes sociais envolvidas nas ações realizadas nos grupos são responsáveis por compartilhar informações que auxiliam o processo de escuta que fortalece também as suas ações profissionais.

Pretende-se, com a experiência, chamar atenção para as possibilidades de construir coletivamente estratégias de fortalecimento da rede de apoio social mesmo diante de uma conjuntura regressiva no que diz respeito à viabilização dos direitos humanos. Desse modo, as ações de extensão, através de uma constante interlocução teórico-prática, busca demonstrar a relevância de um programa de justiça comunitário para a adoção de estratégias coletivas de mobilização social em torno do fortalecimento da esfera pública em uma comunidade em situação de vulnerabilidade social.

Portanto, desenvolve-se ações no âmbito da Educação para os Direitos junto as escolas locais, momentos de escuta aos usuários a fim analisar seu nível de conhecimento acerca dos direitos, bem como observar a sua percepção sobre os serviços que lhe são ofertados, com o objetivo de contribuir, também, por meio de um processo permanente de trocas de saberes, com o fortalecimento das ações profissionais desenvolvidas pele referida instituição.

O Estabelecimento Prisional Santa Luzia está localizado no Complexo Prisional de Maceió que fica na parte alta da cidade, na BR 104, e abriga somente mulheres, tanto presas provisórias quanto as condenadas. Atualmente, conta com a média de 230 detentas, número que varia muito devido à circulação do crime com prisões diárias, assim como o andamento dos processos daquelas já encarceradas. Tais mulheres, na sua maioria, pertencem a famílias de baixa renda e de pouca instrução, o que dificulta a ressocialização, as mazelas sociais terminam por desestimular a massa à educação. 

As ações deste projeto objetiva a ressocialização e inclusão social das detentas através do estímulo a leitura e ao raciocínio por meio da remição de pena. A execussão destas oficinas objetiva o auxílio na escrita e reescrita das resenhas críticas, levando em consideração o contexto social em que vivem. De forma intercalada, a equipe promove oficinas educativas de leitura e produção literária como forma de minimizar o ócio do encarceramento. 

Assim, busca-se estimular a educação e produção literária das detentas para que elas se sintam úteis à sociedade e encontrem uma razão para sair do crime e dar continuidade à vida ao terminar de cumprir a pena. Como forma de trazer o conhecimento e as experiências vividas na comunidade ao meio acadêmico e por reflexo à sociedade em geral, o grupo promoveu a realização de seminários na academia com intuito de disseminar o projeto e arrecadar donativos para ajudar a comunidade objeto da extensão.

Com o auxílio à execução do Projeto Lêberdade, percebe-se bons reusltados através da diferença no comportamento e no pensamento da maioria das reeducandas envolvidas, das quais muitas evoluíram na leitura e na escrita dos textos e hoje conseguem discutir e escrever com mais fuidez. 

Conforme o projeto provisionou, a equipe organizou oficinas de leitura e escrita, auxiliou o grupo nos momentos de escrita, bem como de reescrita. Observa-se que a participação das detentas nas ofinicas educativas possibilitou minimizar o ócio do encarceramento e estimulou o contato com a literatura. Dessa forma, o projeto proporcionou a educação e produção literária das detentas fazendo-as se sentirem mais úteis à sociedade e encontrarem uma razão para sair do crime e dar continuidade à vida ao terminar de cumprir a pena, conforme elas mesmas expressam em suas falas durante os momentos de reflexão.

Portanto, as ações e resultados que integram este projeto vem avançando positivamente, pois muitas detentas que possuíam bastante dificuldades já conseguem escrever com mais segurança e melhorias quanto à organização das ideias e da escrita, em especial, as que estão desde o início. Com isso, é de fundamental importância a evolução e amadurecimento no tocante às relações e estruturas sociais incluindo o caráter ressocializador da pena, bem como a compreensão de que o nosso sistema penitenciário funciona de forma precária e não atende ao caráter ressocializador da pena, onde a cada dia verifica-se que programas sociais e voluntários é que terminam por atingir bons resultados.