A região do sítio de Itabatinga, no município de Pedras de Fogo, é uma área de zona rural com predominância do plantio de abacaxi e culturas de subsistência. A população apresenta grande índice de suicídios, incestos e prostituição e na maioria das famílias toda renda doméstica provém do homem, enquanto as mulheres cuidam da casa e dos filhos. Em outubro de 2015, nas instalações da IEVV – Igreja Evangélica Verbo da Vida de Itabatinga – município de Pedras de Fogo (PB), um grupo de mulheres apoiadas pela igreja, representada pelas coordenadoras Carolina Vidal Accioly e Cláudia Gama, começou a se reunir com uma visão: “Exercer um trabalho ocupacional, criando assim uma alternativa de renda cooperada através do artesanato e trabalho manual em crochê, utilizando materiais de fácil acesso.” O grupo se organizou criando o projeto “Tecendo Arte”. O trabalho e interesse destas mulheres motivaram as coordenadoras a buscarem alternativas para expandir e profissionalizar o grupo. A aproximação da DeVry João Pessoa com o projeto se deu por meio da intermediação das fundadoras do projeto e, a partir de então, a questão que se colocou foi: como contribuir e transformar a arte em negócio sustentável? Com isso, um grupo de professores se reuniu e realizou uma primeira visita à comunidade para compreender o contexto de formação do projeto e conhecer a produção das mulheres. A partir desse primeiro contato, nasceu o projeto de extensão “Fios e desafios” com a missão de apoiar e qualificar as crocheteiras e tornar a produção de crochê daquelas mulheres num negócio, estimulando a transformação social naquela localidade. O contexto social em que aquele grupo populacional está inserido, historicamente, é de violência, falta de informação e isolamento. Posteriormente, o projeto sofreu uma expansão agregando mais um grupo de mulheres da comunidade de Algodão de Jandaíra com os mesmos interesses. O processo de sistematização para que a produção seja realizada dentro de um padrão de eficiência e eficácia será realizado em etapas e com a realização e várias oficinas (empreendedorismo, por exemplo), assim como ações que estimulem as mulheres a especializarem-se. A ideia é definir estratégias de melhoria tornando aquela arte um negócio. Para tal, contar-se-á com alunos que serão selecionados para o projeto. Estes alunos darão apoio na construção da marca, na formação dos custos, nas formas de divulgação. Com isso, espera-se que consigamos consolidar um processo de transformação de realidade que já vem ocorrendo, tornando estas mulheres empreendedoras e que, futuramente, possam se associar por meio de uma cooperativa para que possam praticar, de fato a ideia de sustentabilidade enquanto continuidade do negócio, pois a partir de um processo bem estruturado, de uma marca bem construída, custos definidos e demais estratégias organizadas é possível fazer com que, com o apoio fundamental dos alunos, este projeto ganhe cada vez mais espaço no cenário regional, nacional e/ou até internacional como já acontece com outros projetos existentes na Paraíba.
O projeto teve um impacto direto na vida de 22 famílias através da assistência às mulheres da comunidade.