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Postado por: UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNIDADE PRESIDENTE PRUDENTE - UNOESTE

Postado em: 23/09/2014

Fonte: SITE DA UNOESTE

Agricultura natural é o caminho para produzir plantas e animais saudáveis, com resultados na saúde humana

Instituída na década de 1930, pelo filósofo Mokiti Okada, a agricultura natural respeita as leis da natureza. Por isso produz plantas e animais saudáveis, proporcionando para as pessoas uma alimentação de excelente qualidade. Defensor dessa proposta, o administrador rural e aluno do mestrado em Meio Ambiente, Anderson Murilo Lima, que se orgulha de não tomar remédio há 30 anos, tem incentivado a prática diferente da agricultura orgânica que utiliza esterco, cujo organismo coliforme fecal pode fazer mal à saúde. O seguidor de Okada vê no cultivo de horta um estímulo para reconectar homem e natureza, por meio do solo.

Foi nesse sentido que falou na tarde desta terça-feira (23), para mais de 20 alunos de violão do Projeto Guri, atendidos pela Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) da Unoeste, dentro da programação do Mês da Responsabilidade Social, realizado em atenção à proposta da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). A palestra ministrada por Lima na condição de aluno do Programa de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, ocorreu no bloco B3, campus II da universidade. A Proext mantém vínculos com o polo do Projeto Guri – Regional de Presidente Prudente, por meio do projeto de extensão O Guri na Universidade.

Numa construção didática e dialógica, associada à boa comunicação verbal e com ilustrações em recursos visuais eletrônicos, Lima expôs sobre a metodologia da agricultura natural para aplicação da horta suspensa na educação ambiental. Tema que sugere a educação em relação ao meio ambiente, com o cultivo de horta em locais de pouco espaço, podendo ser até em paredes de apartamentos ou em muro de casas com quintal pequeno. Produzir no conceito natural tem toda uma questão humanitária e de respeito à natureza, numa relação de amor. Contrapõe ao materialismo que entende tudo como matéria e se limita a retirar os recursos da natureza, sem dar para ela a devida atenção.

Utilizando dados comparativos de pesquisa sobre a produção de alimentos e o uso de produtos químicos, nos anos de 2009 e 2010, Lima exemplificou como os alimentos são contaminados. De um ano para outro, a química encontrada no pimentão saltou de 64,36% para 91,08%, enquanto o morango foi de 36% para 63%. Utilizou os dois produtos como exemplo em relação ao universo de 2,5 mil amostras, das quais somente 37% foram consideradas boas para o consumo, dentro dos padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São situações que refirmam a necessidade de cada vez mais utilizar a agricultura natural, onde o solo manifesta sua força, por meio da energia vital da natureza: sol, lua e terra.

“A natureza possui um mecanismo para produzir com saúde, prosperidade e sucesso”, pontua Lima ao falar para um público de comportamento e entendimento adulto, embora formado por crianças e adolescentes com idades variáveis entre 8 e 16 anos, que estavam acompanhados pela coordenadora do polo do Guri em Prudente, Fernanda Sanches e pelo educador Fernando José Leme. A recepção foi feita pela coordenadora de ações culturais, esportivas e sociais da Proext, Graziella Plaça Orosco de Souza, assessorada pela estagiária Katia Cristina de Melo Tavares, aluna do curso de Ciências Biológicas.

Os visitantes estiveram na horta do campus II e plantaram mudas de alface em garrafas pets, com direito a levarem para suas casas e cultivarem nos moldes de horta suspensa. Seguindo o conceito de agricultura natural, meninos e meninas puseram a mão na terra – a fim de manter conexão com a natureza – para encher as garrafas e para fixar as mudas. Quando ainda em sala de aula, Lima explicou que as plantas necessitam de pelo menos quatro horas de sol por dia. Aconselhou que as plantas, cultivadas em recipientes, devem ser expostas à chuva, para receberem nitrogênio.