Postado por: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO JUIZ DE FORA - ESTÁCIO JUIZ DE FORA
Postado em: 19/09/2013
Fonte: SITE FESJF
O que você faz com seu lixo eletrônico? A sustentabilidade tem recebido destaque no ramo tecnológico. Esse setor vem adotando práticas desde a otimização de recursos, até a utilização de técnicas mais eficientes de resfriamento. O destino correto ao descarte de eletrônicos que acabariam no lixão, provavelmente contaminando o solo, também está incluído no chamado “TI Verde”. O projeto “Lixo Eletrônico JF”, desenvolvido na Estácio de Juiz de Fora, é um exemplo dessa realidade. Gerida pelo professor do curso de Redes de Computadores, Victor Condé, a iniciativa tem firmado parcerias com empresas locais, como o provedor de internet Powerline e o supermercado Bahamas, que doam equipamentos obsoletos ou não funcionais. As máquinas recebidas passam por avaliação e tem seus componentes separados em grupos. De acordo com suas condições, os itens podem ganhar nova utilização, sendo encaminhados para reparos, entregues a parceiros ou descartados de forma responsável.
No último dia 19, o projeto foi tema de uma palestra realizada no anfiteatro Guimarães Rosa para alunos e colaboradores da Estácio. No encontro, que integrou a programação da Semana de Responsabilidade Social da FESJF, Victor Condé falou sobre sustentabilidade na tecnologia e explicou o funcionamento do “Lixo Eletrônico JF”, desenvolvido com o trabalho voluntário de alunos do curso de Redes de Computadores da Estácio. Apesar de não receberem remuneração, os estudantes ganham itens recuperados pela iniciativa, que trabalha para minimizar o volume de material descartado na cidade. Segundo Victor Condé, peças como as placas de computadores podem conter materiais como ouro, cobre e também alguns elementos tóxicos, mas a extração só se torna viável em grandes quantidades.
Quando equipamentos semelhantes são doados em maior volume, torna-se possível aproveitar as partes funcionais das máquinas. Victor conta que, com a Powerline, por exemplo, o projeto recebeu aproximadamente 150 modens. Muitas peças nessa remessa eram aparelhos do mesmo modelo, o que possibilitou a reconstrução de unidades.
O projeto aceita uma gama variada de itens, como modens, roteadores, gabinetes, monitores, teclados, fontes de alimentação, impressoras, placas e até alguns televisores. Além de trabalhar com empresas parceiras, o “Lixo Eletrônico JF” também envolve outros beneficiados, a exemplo dos alunos do Colégio Planeta, que usam teclas para construírem chaveiros e adornar capas de cadernos.
Muitos materiais trabalhados pelo projeto acabam fomentando outros ramos, como o artístico. Alguns artesãos já trabalham com itens e peças de eletrônicos para confeccionarem seus trabalhos. As tampas dos obsoletos monitores de tubo são usadas para fazer diferentes objetos, incluindo casas para gatos. Na internet, essas peças chegam a ser negociadas a, aproximadamente, R$200. Um artesão também elaborou uma miniatura de motocicleta usando somente peças de disco rígido. “Eu não imaginava isso, não esperava ver o meu projeto fomentar a arte”, comenta Victor.
Os componentes selecionados pelo “Lixo Eletrônico JF” também podem render frutos no desenvolvimento de novas tecnologias. Motores de impressoras começam ser inspiração para a criação de uma impressora 3D, comandados por uma placa que vem revolucionando a robótica. Conforme Victor, o “Arduino” é uma plataforma de hardware livre, de preço acessível e pode ser usada como o grande cérebro da mecânica eletrônica, controlando movimentos complexos, como uma aranha de três pares de patas, um carrinho de esteira controlado pelo smartfone via bluetooth e até pequenos aeromodelos.