Trote solidário da Medicina arrecada 40 mil medicamentos

 

Com direito a uma corrente humana formada por calouros e integrantes do Diretório Acadêmico Dr. José Hamilton do Amaral, a Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp/Unoeste) realizou nesta sexta-feira (23) o carregamento do caminhão e a destinação de todos os medicamentos e alimentos que foram arrecadados pelos calouros do curso médico de Presidente Prudente. A mobilização do bem faz parte das atividades de recepção que integram o Trote Solidário da Unoeste. Neste ano, foram arrecadadas cerca de 40 mil amostras grátis de medicamentos que vão reforçar os estoques do projeto de extensão e assistência “Farmácia Comunitária”, e mais de 400 kg de alimentos que serão destinados para quatro entidades: a Sociedade Civil Lar dos Meninos (Ladome), Casa da Sopa Francisco de Assis (no Morada do Sol), Lar Santa Filomena e a Associação o Amor e a Resposta, uma casa abrigo que atende mulheres vítimas de violência doméstica.

Os medicamentos incluem analgésicos, antibióticos, corticoides, dentre outros. Vão pra Farmácia Comunitária que funciona no Ambulatório Médico “Profª Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima”. Ela é mantida por doações e atende as pessoas carentes de Presidente Prudente e região. Os alimentos e os medicamentos estavam guardados em local seguro e nessa mobilização foram carregados pelos próprios alunos participantes da ação do bem, juntamente com o DA.

Para que o resultado fosse efetivo, superando inclusive em 25 mil o número de amostras de medicamentos conseguidas em relação a 2023, quando cerca de 15 mil foram arrecadadas, houve muito empenho e dedicação dos calouros. Na prática, funciona assim: no ato da matrícula o calouro recebe o informativo do trote solidário. A partir daí, ele entra na brincadeira do bem e passa a arrecadar no período de dezembro e janeiro amostras grátis de medicamentos em consultórios médicos, residências, distribuidoras e farmácias. Quanto aos alimentos, a mobilização ocorre em estabelecimentos de gêneros alimentícios e junto a própria população. 

A coordenadora administrativa da Secretaria da Famepp, Adriana Alba Santos, destaca que essa prática do bem tem sido uma constante na Unoeste, a cada início de semestre, desde 2008. “Devido a diversos históricos de violência de trotes nas instituições brasileiras públicas e privadas, esses tipos de rituais foram proibidos nas universidades. Como alternativa os veteranos encontram um modo de recepcionar os novos integrantes e, ainda, fazer o bem a quem precisa: por meio do trote solidário, que nasceu com o objetivo de ajudar pessoas de fora da comunidade acadêmica”.

O presidente do Diretório Acadêmico, o aluno do 6º termo Victor Gabriel dos Santos, diz que além da brincadeira saudável, o trote solidário promove também a integração dos “bixos” junto a equipe do DA para um bem maior que é praticar a empatia em prol do próximo. “O projeto Trote Solidário desempenha um papel crucial ao incentivar a generosidade e a responsabilidade social entre os calouros da Medicina de Presidente Prudente. A doação de medicamentos não apenas atende às necessidades das instituições da cidade, mas também promove uma cultura de cuidado e empatia entre os estudantes. Isso demonstra a importância e a competência da Unoeste na construção de uma comunidade acadêmica consciente e comprometida com o impacto positivo na sociedade”, elogiou.

 

Foto: Ector Gervasoni

Entre os medicamentos arrecadados no trote solidário estão analgésicos, antibióticos, corticoides, dentre outros

 

Envolvimento Geral

A caloura de Medicina Maria Luiza Coradette Custódio, de 17 anos, contribuiu na arrecadação dos medicamente e conta que foi surpreendida positivamente pelo trote solidário da Medicina. “No começo eu fiquei um pouco acuada mesmo com essa ideia de trote, mas depois eu vi que era um trote solidário para ajudar pessoas por meio dessas doações. Achei bem legal a iniciativa da Unoeste para quebrar esse preconceito de trote quando a gente entra na faculdade, e é uma iniciativa até pra gente se prontificar a ajudar, praticar empatia para com o próximo. Fazer bem as pessoas que precisam”, contou a moça que conseguiu mais de 600 caixas de amostras de medicamentos ao percorrer consultórios médicos, laboratórios e farmácias.

O também calouro Victor Hugo Rodrigues, de 19 anos, conseguiu os medicamentos por intermédio do tio. E não foi pouco não: mais de 2 mil e 200 amostras. “Pelo meu tio ser médico foi um pouco fácil. Ele conseguiu arranjar bastante amostras pra mim. Entrei em contato com alguns amigos dele e todos foram muito sociáveis e solidários também, contribuíram na arrecadação. E como expliquei que comecei agora o curso de Medicina e que era para ajudar pessoas, todos foram bem receptivos e por isso foi bem tranquilo de conseguir. Para o Victor, que também ajudou no carregamento do caminhão esta manhã, o sentimento é de gratidão em ter participado dessa “arrecadação do bem”. “Sobre trote, eu tive uma perspectiva de que seria algo ruim, mas quando você entra aqui [na Faculdade de Medicina] você vê que é totalmente diferente. Eles buscam trazer benefícios com o propósito de ajudar pessoas, os mais necessitados. É um trote solidário mesmo que só traz benefícios para a sociedade”, completou.

Trote Violento é proibido

O trote violento é proibido, dentro ou fora dos campi da Unoeste. A Unoeste apoia somente o trote do bem, a exemplo desse da Medicina. Inclusive a universidade disponibiliza um site próprio que traz informações importantes sobre essa prática tão comum nas universidades. Clique aqui e acesse. Há também canais de denúncia: (18) 3229-2003 (Presidente Prudente), 0800 771 5533 (demais localidades) ou ainda pelo e-mail ouvidoria@unoeste.br.