Postado por: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - UNIDADE RIBEIRÃO PRETO - UNAERP
Postado em: 14/02/2024
Fonte: PORTAL DA UNAERP
Alunos da quarta etapa do curso de Medicina da Unaerp participaram, no mês de janeiro, de uma missão humanitária na Comunidade Menino Deus, localizada no município de Maués, interior do Amazonas. Na ação, promovida pela ONG Universitários Unidos pela Vida (UNIVIDA), os estudantes realizaram atendimentos voltados às necessidades médicas emergenciais da população local, composta, em sua maior parte, por comunidades ribeirinhas.

A ação voluntária teve apoio da Prefeitura de Maués, no Amazonas
“Nossa atuação contribuiu muito na comunidade, pois algumas pessoas conseguiam ir para Maués para ser atendidas por um médico, mas a maioria não tinha a menor noção do seu estado de saúde. Vimos muitos com hipertensão crônica, com pressão 20 por 9, por exemplo, e achavam que estava tudo bem, então tentamos tratar isso de uma forma a longo prazo, para realmente ajudar na qualidade de vida da população”, conta Ana Clara Bonini Panico.
Durante a missão, o grupo de alunos recebeu apoio da Prefeitura de Maués, que forneceu uma Unidade Básica de Saúde (UBS) Flutuante, utilizada principalmente para triagem e identificação das necessidades específicas de cada paciente. Caracterizados pela multifuncionalidade, os atendimentos realizados na região foram voltados para o tratamento de dores crônicas e doenças apresentadas pela população, a realização de procedimentos clínicos como coleta de sangue e aplicação de vacinas, orientações sobre práticas preventivas e estilo de vida saudável, além do encaminhamento dos pacientes aos profissionais especializados, como dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e até mesmo advogados.

Alunos prestaram serviços médicos à população local, composta, em sua maior parte, por comunidades ribeirinhas
A Comunidade Menino Deus abriga somente 11 famílias, no entanto, moradores de comunidades vizinhas também procuraram a assistência médica oferecida pelos voluntários no local, somando mais de 700 atendimentos. “O impacto na comunidade foi que eles se sentiram acolhidos, porque é um lugar bem bonito, mas a população está bem sozinha. Muitos focavam no acolhimento, até mais do que na saúde, e vinham só para conversar com a gente”, destaca Ana Clara. Para a estudante, o olhar humanizado e sensível é fundamental para a atuação médica. “Ser humano é algo que exige muita prática, muito conhecimento, ter realmente um contato com essas pessoas. Aos poucos vamos entendendo que aquela é a realidade de muitos brasileiros e de muitas populações e precisamos ajudar no que for possível”, complementa.
Assim como Ana, o aluno Mateus Lodi conta que foi gratificante a oportunidade de fazer a diferença na vida da população atendida, não só na área da saúde, tratando de enfermidades, mas também na parte humana. “Foi uma missão que ressignificou o amor, o carinho e a empatia. Uma experiência que foi muito além do “cuidar”, eu recebi muito mais do que doei. A missão abriu meus olhos e a minha mente para ver e sentir detalhes que não percebia, culturas, contextos e realidades que não estavam ao meu alcance. Aprendi uma medicina que muitas das vezes não se ensina na faculdade, a enxergar o outro com um olhar mais humano do que técnico, um olhar de amor”.
Segundo o coordenador do curso de Medicina, professor Reinaldo Bulgarelli Bestetti, a missão humanitária na região amazônica foi importante para promover a saúde e, na medida do possível, prevenir os principais agravos locais, além de permitir que os alunos vivenciassem uma realidade bem diferente daquela que pode ser encontrada durante a formação médica na Instituição. "Foi um aprendizado ímpar para a formação humanística do profissional que o curso de Medicina pretende formar. O contato com essa realidade também foi importante para acender a chama da compaixão pelas pessoas doentes, talvez a atitude mais importante na formação do médico atual. A percepção de diferentes realidades sociais é de fundamental importância para o médico, que vai tratar a pessoa e não a doença".