Postado por: UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA - UNIDADE PRESIDENTE PRUDENTE - UNOESTE

Postado em: 13/09/2016

Fonte: SITE DA UNOESTE


13/09/2016

Centro para hipoterapia chega ao sexto ano de funcionamento

Programa multidisciplinar de reabilitação atende praticantes de Presidente Prudente e municípios da região

O Centro de Reabilitação Equestre, instalado no segundo semestre de 2010 no campus II da Unoeste, completa seis anos de funcionamento. Após um período de frio e chuva, as atividades do atual semestre foram iniciadas na manhã desta terça-feira (13), incluídas na Semana da Responsabilidade Social.  A prática da hipoterapia atende pacientes de Presidente Prudente e região, proporcionada pelo Programa Multidisciplinar em Reabilitação Equestre que atende crianças e adultos em casos como os de déficit de desenvolvimento ou sequelas neurológicas.

O cadastramento do programa junto à Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) ocorreu em 2004. No ano seguinte, foi posto em prática no Rancho Quarto de Milha, parceiro que disponibilizava o espaço e os animais. A parceria ocorreu até 2009, quando a universidade iniciou a construção do centro, visando favorecer a locomoção dos estudantes, com o espaço para hipoterapia dentro da própria instituição, localizado ao lado do Hospital Veterinário. O programa abriga cinco projetos dos cursos de Fisioterapia, Psicologia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária e Zootecnia.

Em média, cada praticante é atendido durante um ano e meio. Existe avaliação para ser inserido e reavaliação para deixar ou continuar por mais um tempo. São vários os cuidados voltados ao sucesso na reabilitação. Alguns deles atendem a pequenos detalhes, mas que fazem a diferença, com, por exemplo: o praticante com maior necessidade de estímulo monta o animal com marcha mais rápida e, ao inverso, o de passada mais larga; portanto, mais lento. Como o movimento no dorso do cavalo é tridimensional, os reflexos para o corpo de quem monta é semelhante à marcha humana.

Em cima do animal, o praticante recebe informações sensoriais dos movimentos que se apresentam como estímulo de ajuda na sua recuperação. Lizandre Carbonaro Scala, de 29 anos e moradora de Presidente Venceslau, está encerrando um período de três anos no programa e diz ter melhorado o equilíbrio. Aos 21 anos ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH), ficou cinco meses em coma e não mexia nenhum dedinho, conforme conta sua mãe Luzinete Aparecida Duran Carbonaro. Então, precisou reaprender todos os movimentos de novo, incluindo falar e comer.

Como não teve a memória afetada, pode voltar à faculdade para concluir o curso de Direito. Em 2013, fundou a Associação dos Deficientes Físicos de Presidente Venceslau (SP), da qual é a presidente. “Ela manteve todas as sensibilidades. Como perdeu o cerebelo, tem dificuldade de equilíbrio. A hipoterapia ajuda no equilíbrio e ela está começando a andar, com a gente segurando. Os neurônios acabam fazendo o papel do cerebelo”, explica a mãe e conta que sua filha passa regularmente por outras atividades fisiomotoras, ocupacionais, fonoaudiólogas, de hidromassagem e, eventualmente, acupuntura.

Ana Luzia, de 7 anos, apresenta dificuldades na coordenação motora da fala. Por indicação médica, há 1 ano passou a praticar hipoterapia na Unoeste e desenvolveu bem o jeito de se expressar oralmente. É o que conta sua avó, Aparecida Cabral, feliz com o melhor rendimento da neta na pré-escola, no município de Alfredo Marcondes. O programa tem caráter regional, atualmente atendendo 18 praticantes. A proporção é de cerca de 50%, entre os de Prudente e de municípios da região. A estimativa é das professoras Maria Tereza Artero Prado (Fisoterapia), Sandra Silva Lustosa (Fonoaudiologia) e Rosana Vera de Oliveira Schicotti (Psicologia).

Os alunos dos cursos envolvidos no programa concebem a hipoterapia como método inovador, capaz de proporcionar uma capacitação diferenciada. João Vitor Bezerra Paulino, do 4º termo de Psicologia, atuou no semestre passado e voltou para mais um semestre, em busca de agregar valor ao currículo acadêmico e por se sentir melhor enquanto pessoa. Em suas tarefas, os estudantes cumprem diferentes funções. No momento de atender ao praticante atuam como auxiliar de guia, que é quem conduz o animal; os auxiliares laterais fazem o apoio em cima do cavalo; e os terapeutas vão proporcionando atividades.

São utilizados alguns objetos na terapia durante meia hora de passeio, entre os quais bola e bambolê. Os praticantes têm a cara da felicidade. Os alunos conversam bastante com eles, brincam, cantam e todos se divertem. Os que não estão em atividade, esperam do lado de fora da arena equestre, juntamente com os pais ou responsáveis, de onde também interagem com palavras de estímulo aos praticantes que, em sua maioria, são crianças. Os alunos são orientados e treinados para líder com os praticantes.

O estudante leva o aprendizado para a vida e até para a profissão, como é o caso das egressas da fonoaudiologia Laís Tortolla e Dayne Goes que estão empenhadas na implantação da hipoterapia na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Nova Andradina (MS). Também estão entusiasmadas, conforme postagens nas redes sociais. O programa contempla a responsabilidade social e neste momento se insere na “Semana” de iniciativa da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), abraçada pela Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec) que é a mantenedora da Unoeste.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

http://www.unoeste.br/Noticias/2016/9/centro-para-hipoterapia-chega-ao-sexto-ano-de-funcionamento